Correio Braziliense

Cerca de mil funcionários terceirizados do Ministério da Fazenda vinculados à empresa Delta Locação de Serviços e Empreendimentos Ltda. estão sem receber os salários. De acordo com os profissionais, este já é o segundo mês consecutivo em que a companhia retarda o pagamento — deveria ter entrado na conta no quinto dia útil do mês. Ontem, os trabalhadores, que são lotados na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, fizeram um protesto no local. Eles alertam que vão cruzar os braços caso o dinheiro não entre na conta até as 18h de hoje.

Os atrasos, porém, não são exclusividade da Delta. Segundo o Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação, Trabalho Temporário, Prestação de Serviços e Serviços Terceirizáveis no Distrito Federal (Sindiserviços/DF), esse tipo de situação é recorrente entre os prestadores de serviço na Esplanada dos Ministérios. O diretor da entidade de classe, Antônio de Pádua, conta que a maior parte dos problemas com a companhia tem ocorrido no pagamento dos benefícios complementares. Dessa vez, no entanto, a demora envolve o salário integral, e não há nem sequer uma previsão de liberação dos vencimentos.

A recepcionista Raquel Gonçalves de Oliveira, 30 anos, é funcionária na procuradoria há três anos. Ela diz que já acumula contas atrasadas. “Tenho compromissos a honrar. Nós precisamos do pagamento na data certa e, principalmente, de um respaldo da empresa sobre o assunto”, reclama.

O Correio procurou o escritório da empresa em Brasília, que apenas respondeu que não vai se manifestar sobre o assunto. A reportagem não conseguiu contatar a sede da Delta, em Salvador (BA). O Ministério da Fazenda também não se posicionou. A Delta Locação de Serviços e Empreendimentos Ltda. não tem relação com a Delta Engenharia, atualmente investigada em Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional.