As fogueiras do capital continuam a matar
Intersindical
Na noite de sábado (dia 24 de novembro) mais de 100 trabalhadores, a maioria operárias/os têxteis, foram mortas/os, vitimas das péssimas condições de trabalho na fabrica Tasreen Fashion nas proximidades de Dacca, a capital de Bangladesh.
Incêndios como esses tentam ser naturalizados pelas multinacionais que espalham suas fábricas pelo mundo, arrochando os salários e impondo as mais precárias condições de trabalho.
No mês de setembro em Karachi no Paquistão, um incêndio provocou a morte de centenas de trabalhadores.
Na noite desse último sábado, mulheres e homens trabalhadores tentaram se salvar do incêndio pelas estreitas saídas de emergência, pulando os andares do prédio, enquanto a chama assassina do capital consumia seus corpos e vidas.
Nesse ano as fábricas têxteis (que representam aproximadamente 40% do setor industrial do país) fecharam por uma semana se enfrentando com o movimento dos trabalhadores, que se colocaram em luta contra as péssimas condições de trabalho.
Não há fronteira para exploração: Na Tasreen em Bangladesh são produzidas roupas pelas/os operárias/os para lojas como a C&A, ao mesmo tempo em que no Brasil, apesar de toda a choradeira dos patrões do setor, as mercadorias produzidas pelos/as têxteis se espalham para além da fronteira do país, sendo comercializadas em quase todos os continentes.
Jornadas extensas, salários baixos, trabalho que faz adoecer e mata, na mesma proporção que implanta novas e modernas tecnologias, numa fórmula que mistura intensidade e produtividade, os trabalhadores continuam morrendo pela ação do Capital.
Mais do que solidários nossa luta é uma só: no mesmo sábado 24 de novembro estávamos em luta com as/os operárias/as têxteis de Blumenau/SC e região pelo fim do trabalho aos sábados. Seja em Blumenau, Bangladesh e tantos outros lugares desse mundo estamos juntos como classe que sofre e luta contra os mesmos ataques do Capital.
Avançar e fortalecer a luta internacional do conjunto da classe trabalhadora, capaz de romper com as cercas das nações e categorias que existem para tentar nos dividir.