Após acidente de trabalho que deixou três feridos, operários paralisam obra e organizam passeata

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Na manhã de quinta-feira (27), operários de dois canteiros de obra da Moura Dubeaux Engenharia, localizados no Bairro de Fátima, participaram de uma passeata impulsionada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Fortaleza. A ação aconteceu em protesto ao acidente que, na noite anterior, deixou três trabalhadores gravemente feridos.

A informação chegou até o Sindicato pela página do Facebook, momentos depois de o acidente ter ocorrido. A mensagem informava que entre 21h30 e 22h três ambulâncias e uma equipe de imprensa havia deixado o canteiro de obra do condomínio Jardins de Fátima. Ao ter conhecimento, logo no início da manhã, representantes do Sindicato foram ao local para averiguar.

Na chegada ao canteiro, infelizmente, a notícia se confirmava. Durante a noite, a estrutura da laje desabou enquanto os trabalhadores faziam seu preenchimento. Três deles tiveram ferimentos graves, e encontram-se internados. Após conversar com os operários que aguardavam o início de mais uma jornada, o Sindicato organizou uma passeata de protesto e solidariedade.

De acordo com a convenção da categoria, a jornada do trabalhador da construção civil é de oito horas e de no máximo duas horas extras por dia. A convenção afirma também que o trabalhador não pode ser obrigado a exercer função depois das 19h. Porém, como sabemos, suas condições e sua necessidade muitas vezes o levam às sobrejornadas e à exposição a riscos de acidentes, como o acontecido na noite de ontem.

Os acidentes de trabalho na construção civil são frequentes. Só neste início de 2013, já foram registradas duas mortes nos canteiros, além de dezenas de acidentes graves que ocorrem quase que diariamente. O Sindicato se solidariza com os operários e suas famílias e se coloca à disposição para reivindicar seus direitos.

É necessário destacar também a importância de informar ao Sindicato sobre os acidentes ocorridos na categoria para que respostas possam ser tomadas o mais rapidamente possível. Hoje, por exemplo, após a passeata, os trabalhadores dos canteiros em mobilização foram liberados e há indicativo de nova atividade na segunda-feira, dia 1º de abril.