Apesar da repressão, Assufsm e Fasubra protestam contra criação de entidade que divide categoria dos técnico-administrativos
Repressão policial, aparato de segurança privada, discriminação entre níveis da categoria: essas foram algumas das características da assembleia de fundação do sindicato da ATENS, que pretende representar os servidores técnico-administrativos em educação (TAEs) da classe E (chamada pela ATENS de Nível Superior).
Na manhã desta segunda-feira (03), durante a assembleia de fundação que ocorreu no Hotel Morotin, Assufsm e Fasubra – representada por cerca de 100 pessoas que vieram do país todo – realizaram um ato de denúncia, na tentativa de dialogar com os TAEs que chegavam à assembleia e denunciar o caráter corporativo e divisionista da nova entidade. Como resposta, ao invés do debate, a ATENS solicitou reforços à Brigada Militar.
Muitos dos TAEs que compareceram ao ato foram impedidos de participar da assembleia e ficaram do lado de fora, por não pertencerem à classe E ou Nível Superior. A ATENS, que já existia como associação antes de buscar tornar-se representação sindical, tem sua origem fundamentada na divisão da categoria dos TAEs. Seu discurso não é pautado pela união dos trabalhadores e pelas conquistas de lutas históricas da categoria, mas pela facilidade de benesses, gratificações e proximidade com reitores e chefias.
Antes da assembleia, o carro de som da Assufsm foi expulso do local pela Brigada Militar. Do lado de fora, diretores da Fasubra e coordenadores da Assufsm ressaltavam que o marco fundacional da ATENS
é oposto ao da Fasubra: enquanto esta surgiu na luta contra a ditadura militar, a nova entidade surge amparada pela força policial, baseada na repressão e na supressão do diálogo democrático e com apoio de gabinetes e reitorias.
Do lado de dentro do auditório os técnico-administrativos que conseguiram acesso, embora fossem a minoria, não deixaram de expressar o repúdio à criação do sindicato da Atens. Eles protestaram com palavras de ordem durante a votação da plateia – na qual os votos contrários à criação do sindicato sequer foram contabilizados – e depois retiram-se do salão. Do lado de fora, seguiram-se as intervenções. A direção da Fasubra fez reunião com a categoria logo após o ato.
Pela parte da tarde, a Fasubra esteve no Ministério Público apresentando uma denúncia de uso da máquina pública para a fundação da entidade. A Fasubra apresentou documentos e indícios que apontam a suspeita de recebimento de apoio financeiro e de vinculação com a Reitoria da UFSM. A mesma denúncia será feita em outras universidades do país, nas quais também há suspeitas de práticas irregulares.
Leia carta contra o divisionismo da categoria, assinada pela Fasubra e entidades filiadas: http://w3.ufsm.br/assufsm/index.php?option=com_content&view=article&id=1118:301112-contra-o-divisionismo-em-nossa-categoria&catid=3:noticias&Itemid=1