Ano novo, tudo na mesma: mais de 90 dias sem acordo e muita enrolação na Cemig
Sindieletro-MG
O ano novo começou para os eletricitários com a lamentável marca imposta pela Cemig: já são mais de 90 dias sem diálogo e sem negociação do Acordo Coletivo de Trabalho da categoria. Em 1º de janeiro completou três meses que os sindicatos entregaram a pauta de reivindicações. Nesse período, a direção da Cemig se manteve e ainda se mantém com a postura intransigente de negar aos trabalhadores o direito de negociar um Acordo digno.
A empresa optou por entrar com Dissídio Coletivo no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Duas audiências de conciliação foram realizadas no final do ano passado e os representantes da empresa assumiram que não querem conversa com os sindicatos, apesar da insistência do juiz para que eles negociassem com a representação dos trabalhadores. Assim, não houve outra saída para o juiz Orlando Tadeu de Alcântara senão marcar o prazo de até o próximo dia 21 para os sindicatos apresentarem a defesa da categoria no Dissídio. Depois de analisar a defesa, o magistrado vai marcar uma nova audiência, quando deverá apresentar a proposta do TRT para o Acordo.
Para a categoria é lamentável entrar no ano de 2013 sem acordo e apenas com a proposta de reajuste menor que a inflação (4,5%), sem aumento real, sem garantia de emprego e sem a negociação de todos os pontos da pauta. Muito pior: uma proposta que, além de rebaixar os salários e as horas extras, retira direitos como a licença maternidade e a conquista de democratização na Forluz.
BOLSO CHEIO DE DINHEIRO
Mas para os acionistas o ano chegou com notícia excelente. Eles vão receber no dia 15 de janeiro a primeira parcela do megadividendo de R$ 3,3 bilhões, incluindo a distribuição de R$ 1,6 bilhão a título de dividendos extraordinários. Vale lembrar que no final do ano o caixa da empresa foi engordado com R$ 3,9 bilhões referentes ao pagamento da dívida do Estado com a Cemig. Como se vê, quase tudo foi para os sócios privados.
O Sindieletro-MG avalia que é muito desrespeito e desprezo pelos trabalhadores. A Cemig desconsiderou as mais de 80 assembleias unificadas realizadas de 29 de outubro a 1º de novembro, em todo o Estado, que rejeitaram a proposta indecorosa da empresa e decidiram pelas negociações da pauta de reivindicações. Além disso, a direção da Cemig não vem demonstrando vergonha alguma com a contradição de deixar os eletricitários sem um acordo digno enquanto premia os acionistas.