Acidente na Transpetro/TABG atinge dez pessoas
apn.org.br
Na sexta-feira (31), aconteceu um acidente de vazamento de Nafta no TABG (Terminal Aquaviário da Baía de Guanabara), uma unidade da Transpetro. Segundo informou o diretor do Sindipetro-RJ, Emanuel Cancella, diretores do sindicato buscaram informações na gerência do terminal e “lamentavelmente o representante da Transpetro mentiu para o sindicato”.
Ele acrescentou que a informação é de que não havia vitimas e o vazamento estava sobre controle. “Depois o sindicato ficou sabendo que o vazamento está sobre controle, porém existem 10 vitimas com o vazamento da nafta e um está internado. O Sindipetro-RJ lamenta esta postura da empresa que inclusive induziu o representante dos trabalhadores a passar para a imprensa uma informação falsa”.
O diretor do Sindipetro-RJ, Brayer Grudka Lira (Secretaria do Setor Petroquímico), informou ainda que o sindicato será convocado pela Transpetro (subsidiária da Petrobras) para a investigação do acidente.
Sobre a operação
Por volta de 5h30, o terminal estava recebendo Nafta da Reduc (Refinaria Duque de Caxias) pelo tanque 400 da Ilha D’água. Brayer explicou que quando foram fazer o alinhamento do tanque 400 para o 402 (mesmo o tanque 400 tendo capacidade de receber todo o produto, esta medida, rotineira e simples, visa aumentar a margem de segurança), resolveram verificar o teto do tanque 400. Ao subir no tanque, sentiram forte cheiro de Nafta. Descobriram que havia um vazamento no dreno do teto do tanque 400. Não sabiam exatamente onde era o furo, mas provavelmente a tubulação do dreno articulado furou e entrou em contato com o produto.
Imediatamente solicitaram o bloqueio da transferência da Reduc. Tentaram bloquear uma válvula para parar o vazamento, mas a válvula estava emperrada, a ponto de soltar o volante da mesma. Iniciaram a imediata transferência do tanque 400 para o 402, afim de esvaziar o tanque 400 e acabar com o vazamento. Também isolaram a área para evitar centelha, pois vazou muita Nafta, a ponto de o produto entrar na bota de um dos operadores. A Nafta que ficou na área de contenção (canaleta) foi drenada para o tanque de lastro (sump tank), evitando o transbordamento e contaminação ambiental de solos e água (o terminal fica numa na Ilha D’água). “Mas a Nafta é um produto muito volátil, portanto a atmosfera poderia estar explosiva”, sublinhou Brayer.
Ele explicou, ainda: “Após estes procedimentos, seria feito o reparo na válvula emperrada, mas não temos mais informações precisas ainda, pois pode ter havido o ‘banho de Nafta’ nos acidentados no momento em que a válvula seria ‘raqueteada’ (tampada). Vamos aguardar mais informes e a apuração do acidente”.
Brayer sublinhou que até o momento foram informados que dez pessoas foram atingidas pela Nafta. “Não houve incêndio, mas o produto em contato com a pele pode provocar irritação. Eles foram atendidos pela equipe de saúde do terminal (que só funciona em horário administrativo) até a chegada das ambulâncias. Soubemos que a maioria estava com vermelhidão e sensação de queimadura na pele. Um dos nossos diretores (Valdecir) foi ao hospital para acompanhar o estado dos acidentados”.