Do site Almanaque Brasil:

As primeiras fábricas em território brasileiro nasceram no começo do século 19. Mas só em meados do século surgem em grande quantidade. Operários fundam associações. Fornecem aos associados pequenas importâncias em caso de doença, desemprego, invalidez. Pagam enterros, dão pensões.

A pioneira foi a Imperial Associação Tipográfica Fluminense, criada em 1853 no Rio. Cinco anos depois, a 8 de janeiro de 1858, trabalhadores representados pela associação organizam a primeira greve de que se tem notícia no País. Tipógrafos do Diário do Rio de Janeiro, Correio Mercantil e Jornal do Comércio param. Querem melhores salários. No dia seguinte, os cariocas não recebem nenhum de seus grandes jornais.

Dia 10, em pleno domingo, grevistas lançam o Jornal dos Tipógrafos, primeira publicação classista brasileira. Além de defender o movimento e atacar os patrões, traz todas as seções da época.

Assustados, os proprietários apelam ao chefe da polícia, aos ministros da Justiça, da Fazenda. Tipógrafos da Imprensa Nacional são colocados à disposição. Mas se recusam a trabalhar, em solidariedade aos colegas.

Foram necessárias muitas ameaças para que furassem a greve. O movimento acabou. Mas o Jornal dos Tipógrafos sobreviveu ainda por anos.