A indignação contra os ataques de Pezão aos trabalhadores deve se manifestar nas ruas!

(Unidade Classista)

– Ato dia 08/12, às 14:00 na ALERJ –

Dando prosseguimento a uma sinistra série de declarações via imprensa chapa branca fluminense, o governo estadual deixou claro na última semana que sua ofensiva contra o povo do Rio de Janeiro em geral e os trabalhadores empregados nos serviços públicos em particular está só começando. Após sucessivos atrasos nos pagamentos de terceirizados que trabalham em órgãos do estado, fechamento de bibliotecas, estrangulamento da UERJ, cortes de bolsas a estudantes e médicos residentes, suspensão de merenda em escolas, reajuste zero e um conjunto de entrevistas lançando ameaças aos salários dos servidores públicos, Pezão anunciou oficialmente no dia 30/11/2015 um absurdo parcelamento de vencimentos, enquanto dá continuidade às chantagens com relação ao 13º.

Cinco dias depois, o Secretário de Fazenda Julio Bueno volta à mídia, desta vez para pregar nada menos que o aprofundamento do golpe a direitos básicos da classe trabalhadora no RJ e no Brasil como um todo. Sua entrevista foi publicada com a manchete “Sem medidas drásticas, quebra todo mundo”. Entre as medidas aludidas estariam o adiamento de aposentadorias e o fim da estabilidade no emprego. Ou seja, querem convencer o povo de que o segundo estado mais rico do país não tem dinheiro e, portanto, os servidores devem ter seus salários atrasados e parcelados, suas aposentadorias postergadas e demissões liberadas.

É necessário desmascarar o discurso manipulador do PMDB, que não difere muito do chamado “ajuste fiscal” ou da “austeridade” alardeada por demais governos e partidos a serviço do capital em várias partes do mundo. A manchete acima oculta o verdadeiro conteúdo por trás desta desgastada cantilena. Enquanto fala em sacrifícios de todos em nome da salvação comum, na prática o governo distribui prejuízos financeiros aos trabalhadores para preservar os lucros da burguesia e os supersalários nas cúpulas do executivo, legislativo e judiciário. A formulação política que Pezão e seus altos funcionários tanto se esforçam por disfarçar, com o auxílio de meios de comunicação subservientes, é revelada pela análise da realidade: sem medidas drásticas contra a maioria da população, quebram-se os privilégios das elites.

De fato, são necessárias medidas drásticas, porém na direção inversa:

– fim das renúncias fiscais a empresas:

só em 2015 as isenções ultrapassam 6 bilhões de reais. Enquanto o governo fala em crise, as benesses dos empresários continuam intactas;

– valorização dos servidores: o RJ é o estado que menos investe em seus funcionários, apenas 29,5% da arrecadação;

– fim dos gastos bilionários com as Olimpíadas;

– estatização dos transportes: as concessões privadas, como nos trens, metrô e barcas, oferecem péssimos serviços e, apesar de cobrarem passagens caríssimas, estão sempre recebendo subsídios do estado para garantir suas elevadas margens de lucro às custas do povo;

– educação e saúde 100% públicas: o governo vem utilizando diversos mecanismos institucionais para colocar a educação e a saúde nas mãos de empresas privadas. Apesar do discurso em prol da eficiência, essas ações só são eficientes, na verdade, para aumentar a sangria de recursos públicos, atendendo a interesses de pequenos grupos e prejudicando a população;

– fim das terceirizações: pela realização de concursos públicos e contra a precarização do trabalho;

– desmilitarização da polícia: o projeto de segurança do RJ é elitista, caro e eleitoreiro. Enquanto gasta milhões com a militarização do espaço urbano, a violência cresce. As UPPs são boas apenas nas propagandas. O modelo vigente é excludente, repressor e vem assassinando dia após dia a população negra e pobre, moldando policiais de baixa patente como peças descartáveis para executar o serviço sujo.

Nesse sentido, a Unidade Classista chama atenção para a importância de se fortalecer a Plenária dos Servidores Públicos do Estado do Rio de Janeiro como um fórum unitário que reúne diversos sindicatos e entidades na luta pela garantia dos serviços públicos de qualidade e dos direitos dos trabalhadores. Conclamamos os servidores estaduais e todo o povo do Rio de Janeiro à participação no ato dia 08/12, às 14:00 em frente à ALERJ, contra os atrasos nos salários e o ataque aos serviços públicos. A indignação contra os ataques de Pezão aos trabalhadores deve se expressar nas ruas!