A Conferência Operário Sindical do PCM e a criação da “Coordenação Sindical Unitária de México”

No dia 30 de Abril de 2011, na Cidade do México, se realizou a Conferência Nacional “Voltar ao Proletariado. Por um sindicalismo vermelho, de base e classista”.

Em primeiro lugar foram convocados os grupos comunistas que atuam nos movimentos operário e sindical, e camaradas inseridos nas lutas dos trabalhadores. A convocatória foi, no entanto, mais ampla, nos marcos de um sindicalismo classista. Desta maneira, além dos camaradas, também assistiram à conferência companheiros do Sindicato Único dos Professores Secundaristas, sindicalistas da Honda, do Sindicato de Técnicos e Profissionais Petroleiros, do Movimento Magisterial de Bases, advogados trabalhistas e quadros sindicais da Organização Popular Revolucionária, assim como trabalhadores com interesses particulares atraídos por nossa convocatória; todos eles fizeram propostas e assumiram as tarefas que se derivaram da conferência.

Os companheiros vinham de três das quatro das principais concentrações industriais do país (Vale do México, Toluca e Guadalajara) além do Centro Industrial do Vale de Cuernavaca.

Com esta Conferência procura-se por um lado melhorar alguns aspectos do Partido, por exemplo, sua composição classista, contar com uma orientação clara para o trabalho no movimento operário sindical, das organizações de base e grupos partidários, renovar e fortalecer a ligação do partido com os sindicatos, etc.

Por outro lado, se trata de responder a necessidades e tarefas objetivas da luta de classes no México. Para resumir as condições às quais responde, podemos dizer que enfrentamos uma séria ofensiva por parte do capital contra as condições laborais e de vida da classe operária. Esta ofensiva se desenvolve em todas as frentes, desde os aspectos ideológicos que questionam a necessidade da existência mesma dos sindicatos, os aspectos jurídicos contra o direito de greve, os econômicos, políticos, até os ataques militares e paramilitares contra o movimento operário e sindical.

Podemos dizer que o sindicalismo se encontra em um ponto de extrema debilidade, inclusive de bancarrota, isso se reflete tanto em seu decrescente número de afiliados, em seu abandono de ramos inteiros, como em seu comportamento. Pesa contra a vida sindical do nosso país, décadas de hegemonia do sindicalismo de pactos e patronal, que as mudanças do mundo do trabalho tenham sido aproveitadas pela burguesia para debilitar os posicionamentos da classe operária.

Tudo isto no contexto da crise capitalista, no contexto dos limites históricos do modo de produção capitalista e das oportunidades que isto oferece.

Consideramos por isso que a principal tarefa para o período é fortalecer as forças do Partido ao mesmo tempo em que se levantam um movimento operário e sindical classista. Pensamos que sem a existência de um forte movimento operário sindical está condenada qualquer perspectiva de derrocamento e ruptura. Nosso objetivo a partir desta conferência é alterar a correlação de forças na luta de classes, alterar o movimento operário sindical de nosso país. Para ver resultados significativos nestes objetivos estamos pensando num prazo de um quinquênio.

Durante a Conferência se tocaram nos seguintes pontos na ordem do dia:

1) Intercâmbio de experiências, 2) Análise da classe operária em nosso país, 3) Informe das resoluções do XVI Congresso da Federação Sindical Mundial, 4) Análise da Reforma à Lei Federal do Trabalho proposta pelos partidos burgueses, 5) plano de ação e acordos.

Finalmente ao chegar ao ponto do Plano de Ação e Acordos se decidiu dar impulsão à criação da “Coordenação Sindical Unitária do México” – CSUM. O nome CSUM faz referência à história, ao componente mexicano da “Internacional Sindical Roja” -ISR- (Internacional Sindical Vermelha), além de ser uma forma que pensamos adequada para materializar a frente única classista desde as bases em nosso país.

A CSUM está sendo vista como um espaço amplo impulsionado pelos princípios da “frente única proletária desde a base”. Procuramos a participação ampla dos trabalhadores sem importar se militam ou coincidem totalmente com o Partido Comunista. De igual maneira, não estamos tratando de criar estruturas paralelas aos sindicatos, ou destruir estes mesmos porque estejam dirigidos por diretores pró-patronais. Ocupar estas direções com membros do Partido é necessário. Não se deve ingenuamente querer ser excessivamente principistas, perdendo espaços valiosos. Mas, em resumo, o mais importante é gerar democracia sindical diretamente nos centros de produção através das assembleias de base dos trabalhadores e que, estando aí presentes, embora não sempre de maneira evidente, mas fazendo ouvir a voz dos comunistas.

A CSUM se contraporá em seu trabalho às centrais sindicais atualmente existentes, que controlam a totalidade dos setores estratégicos, e hegemonizadas por forças reformistas e oportunistas (Confederação de Trabalhadores do México, Confederação Regional de Operários do México, Confederação Revolucionária de Operários e Campesinos, União Nacional de Trabalhadores, etc.), que, além disso, estão nucleadas na Confederação Sindical Internacional. Neste desenvolvimento disputaremos todos os espaços, sobretudo o controle em cada centro de produção ou de trabalho.

Na disputa contra as direções reformistas e oportunistas, não temos ilusões sobre a mudança de orientação dos mesmos líderes e corpos dirigentes. Por isso, quando falamos de um sindicalismo de base, se trata de encadear a luta econômica com a disputa política – ideológica na base operária, da formação de unidades de fato, de greves que se realizam apesar da oposição de direções reformistas.

A CSUM realizará uma atividade orientada a criar sindicatos onde não existem.

Em sua gestação, a CSUM se inspirou e se identificou com as resoluções e as orientações da FSM, especialmente o Pacto de Atenas. Em seu plano de ação se contempla o desenvolvimento das campanhas internacionalistas que lance a FSM. Declaramos abertamente que nos resultam esclarecedoras as experiências do PAME (na Grécia) e da FSM.

Com este mesmo principio internacionalista a CSUM desenvolverá o trabalho entre os migrantes, fazendo tudo o que esteja em suas mãos por integrá-los plenamente no movimento operário-sindical.

Por meio da criação e inclusão de novas forças, assim como mediante o trabalho para disputar o controle nos sindicatos históricos, pensamos que se poderá alterar a orientação do movimento operário–sindical. Para fortalecer a CSUM propomos que se incluam no movimento operário–sindical, demandas que são cruciais aos pensionistas, trabalhadores semi-ativos, desempregados, etc. Estas múltiplas preocupações se refletem na maneira organizativa proposta. Sua estrutura é a de uma coordenação para poder abarcar desde as Federações até os sindicalistas individuais.

Por agora que temos estabelecido um comitê coordenador encarregado de velar pelo cumprimento dos acordos e de dirigir os trabalhos no nível dos estados, locais e nacionalmente, rumamos à constituição definitiva da CSUM.

Durante a mobilização do Primeiro de Maio, fizemos contato com outros sindicatos e trabalhadores da educação, de materiais elétricos, universitários, da aviação, com quem compartiram a iniciativa de um sindicalismo classista.

Proletários de todos os países, uni-vos!

*Partido Comunista do México

Comitê Central

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Fonte: www.comunistas-mexicanos.org