A CASAN que queremos começa com o Sindicato que queremos!

UC – SC

Um Sindicato não é a sua direção, mas sim sua base, ou seja, todos nós trabalhadores. Respeitando essa verdade, nós da Corrente Sindical Unidade Classista respondemos ao chamado do Sintaema para discutir neste Acordo Coletivo a Casan que queremos dizendo que, para o trabalhador ter a Casan que quer, precisa 1º

ter o Sindicato que quer.

Não é segredo que os sindicatos da Casan estão hoje ENFRAQUECIDOS demais pra vencer muitas das lutas da nossa categoria. Isso se deve em grande medida à falta de democracia interna e de diálogo das direções sindicais com o trabalhador, que provocaram um afastamento entre direção e base. Exemplos são muitos, como essa “Avaliação de Desempenho” defendida com unhas e dentes pela direção do Sintaema, onde até metade da nota do trabalhador vem da nota do “local de trabalho” (ou seja, o “desempenho nosso” não depende de nós…), ou o fracasso no projeto de escala de trabalho de 6 horas para a manutenção, onde a falta de diálogo da direção do Sintaema com as bases resultou num plano que grande parte dos trabalhadores não quiseram aderir, provando que mesmo “boas intenções” sempre morrem na praia quando direção sindical e trabalhador estão distantes.

Defendemos, assim, um sindicalismo mais representativo do trabalhador da Casan, com mais Assembleias Estaduais Unificadas, e não fracionadas, via participação direta do trabalhador ou por delegados, para discussão do Acordo Coletivo e de outras questões de relevância. Defendemos alternância nos cargos da direção sindical e do representante dos trabalhadores na empresa, chega de sermos representados por uma cúpula de “sindicalistas profissionais”! Exigimos mais transparência no Conselho Fiscal do Sintaema, que hoje é do mesmo grupo que controla a direção do Sindicato, aquele que eles deveriam fiscalizar! A direção deve representar os trabalhadores, e por isso não pode estar comprometida com governos. Por isso exigimos sindicatos independentes dos governos privatistas de Colombo e do PT/PCdoB. E exigimos que a direção do Sintaema pare de descumprir o estatuto e convoque os Congressos da categoria pra realizar alterações estatutárias e pra discutir e pôr em prática o sindicato que queremos.

Vemos que há hoje muitos trabalhadores afastados do movimento por não se sentirem representados por suas direções. A esse colega pedimos que não se afaste. É somente entrando pro sindicato que conseguiremos mudá-lo.

Assim, mesmo discordando dessa direção, pedimos aos trabalhadores que FILIEM-SE AO SINTAEMA, pois somente participando ativamente de um sindicato único, forte e de fato representativo teremos força suficiente pra conquistar nossas demandas:

> Por mais aumento no salário fixo, que é direito adquirido, não nas gratificações (que podem ser cortadas a qualquer momento);

> Por melhorias nas condições de trabalho, que são tão importantes quanto os aumentos, pois a Casan é o nosso local de convívio e não há dinheiro que compense ficar doente ou estressado;

> Pelo fim dos “cabides de emprego” dos politiqueiros, que a Casan seja gerida por profissionais de carreira e por representantes eleitos pelos trabalhadores;

> Pela contratação de pessoal e contra as municipalizações e terceirizações, ambas formas de privatização, uma ameaça que não diminui com os novos investimentos, pois é justamente quando a empresa pública tem dinheiro na mão que cresce o olho dos que querem tomá-la. Devemos enfrentar tal ameaça sem pânico nem alarmismo, mas sem deixar de ficar alertas;

> Enfrentar retrocessos do governo Dilma, tais como o Acordo Coletivo Específico (ACE), que pretende acabar de vez com a CLT, além das ameaças de restrição ao direito de greve e às constantes privatizações promovidas pelo governo federal.

> Lutar pra que o governo assuma de fato a Casan como sua investindo na empresa, coisa que nem Colombo nem seus antecessores têm feito!

Corrente Sindical Unidade Classista – Santa Catarina

Florianópolis, março de 2013.