600 milhões de empregos

Correio Braziliense

O mundo precisará de mais 600 milhões de vagas para manter os índices de emprego nos patamares atuais durantes os próximos 15 anos, destacou o Banco Mundial (Bird) em divulgado ontem. “O desafio do segmento jovem é algo impactante. Mais de 620 milhões deles não trabalham e nem estudam”, destaca o texto.

Apresentado às vésperas da Assembleia Anual do Bird, em Tóquio, o relatório destaca que a luta para superar a pobreza passa pelo mercado de trabalho, em especial para a população feminina. Desde os anos 1980, mais de 70 milhões de mulheres entraram no mercado de trabalho na América Latina. A taxa de participação subiu de 36% para 43% das pessoas empregadas. Comparativamente, a taxa de participação das trabalhadoras na África e no Oriente Médio cresceu apenas 0,17% em três décadas.

Setor privado

“É fundamental que os governos atuem com o setor privado, que responde por 90% de todos os postos de trabalho”, disse o presidente do Bird, Jim Yong Kim. O relatório cita o Brasil, onde 95% das vagas foram criadas pelo setor privado entre 1995 e 2005.

Mais de 3 bilhões de pessoas — pouco menos da metade da população do planeta — têm emprego, mas quase a metade trabalha em serviços agrícolas, pequenas empresas familiares ou subempregos, com baixos salários e sem proteção social.

O relatório afirma que em 10 de 18 países latino-americanos ocorreram aumentos salariais que permitiram reduzir em mais da metade o percentual de pobreza. E destaca que isso tem resultados muito mais significativos do que os planos públicos de transferência de renda para os mais pobres.