Aproximadamente dois milhões de servidores públicos na Europa fazem greve

CSP-Conlutas

Nesta quinta-feira (10), aproximadamente dois milhões de trabalhadores do serviço público, organizados por diversos sindicatos, realizam uma paralisação de 24 horas contra a reforma previdenciária e cortes salariais. A adesão ao movimento

atinge a Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales. A greve é a maior registrada em três anos sob o governo conservador de David Cameron que impõe medidas de retirada de direitos dos trabalhadores com pacotes de austeridade.

Segundo informações das agencias de notícias internacionais, o governo congelou os salários dos funcionários públicos por dois anos e agora limitou os aumentos a 1% anual.

A mobilização coordenada contará com o Sindicato Nacional dos Docentes (NUT) e o Sindicato dos Bombeiros (FBU), os três maiores sindicatos de servidores públicos do Reino Unidos, Unison, Unite e GMB, o Sindicato de Servidores Públicos e Comerciais (PCS), e a Aliança dos Servidores Públicos do Norte da Irlanda (Nipsa), além de categorias ligadas ao transporte de Londres, como o metrô, com a participação do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários, Marítimos e dos Transportes (RMT) e a Associação dos Funcionários Assalariados em Transporte (TSSA).

O NUT, que conta com cerca de 300 mil trabalhadores, se manifesta contra a reforma previdenciária e ganha o apoio de outras categorias por travar luta contra outros 10 ataques, incluindo campanha pela redução da carga horária e inspeção do trabalho, e contra a privatização e o sucateamento da educação pública, que tem cada vez menos profissionais qualificados e alunos que frequentam “escolas de lata” implantadas nos playgrounds dos colégios.

O investimento em educação tem sofrido cortes e o sexto grau do ensino chegou a perder 100 milhões de libras por ano na Inglaterra.

Outras greves para o mesmo dia serão organizadas pelos servidores públicos municipais que fazem parte dos sindicatos Unite, Unison (governo local e funcionários da educação) e GMB (com cerca de 150 mil membros). As categorias enfrentam os mesmos problemas com a austeridade do governo que ofereceu apenas 1% de aumento salarial.

O PCS, com cerca de 270 mil trabalhadores, anunciou que fará parte da greve com os trabalhadores do funcionalismo público, com destaque para os ligados a setores responsáveis por emissão de passaportes e autoridades fiscais.

Este dia nacional de ações foi construído individualmente pelos diversos sindicatos, e a mobilização coordenada, apesar de apresentar diferentes pautas, traz consigo um tema em comum que é a luta contra a austeridade.

A ação de hoje deve se consagrar como a maior greve geral desde a de 1926, que contou com a adesão de 1.7 milhão de trabalhadores durante a paralisação. Além disso, protestos serão realizados em cerca de 50 locais na Inglaterra e no País de Gales.

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