Patrões não querem cumprir a NR12 e acidentes de trabalho poderão se transformar em carnificina

Nova Central

O vice-presidente da Nova Central, José Reginaldo Inácio, fez alerta sobre a grave situação de acidentes de trabalho no País. Ele apontou dados das Comunicações de Acidentes de Trabalho ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) indicando que apenas 11 tipos de máquinas e equipamentos (como serras, prensas, tornos, frezadoras, laminadoras, calandras, máquina de embalar) provocaram 55.118 infortúnios, o que representa mais de 10% do total de 546.014 acidentes típicos comunicados pelas empresas no Brasil.

A Norma Regulamentadora Número 12 (NR 12), editada pelo Ministério do Trabalho (MTE), é o diploma jurídico a ser obedecido pelos empregadores brasileiros para evitar que esses acidentes aconteçam, contemplando as medidas essenciais para que seres humanos não se machuquem, incapacitem ou morram ao produzir os lucros dos seus empregadores.

Mas, de acordo com sua observação, há um “conluio” entre as empresas para o não cumprimento da NR 12, inclusive com atuação das entidades patronais junto ao Governo e no Congresso Nacional pressionando para a suspensão da norma. “Se, com esse instrumento, o número de acidentes com mortes e incapacitações já é um tragédia nacional, sem a norma então, seria o caos”, alerta.

De acordo com o Diretor Nacional de Formação Sindical e Qualificação Profissional da Nova Central – Sebastião Soares da Silva, os patrões exigem mais alongamento do tempo para continuar descumprindo a NR 12. “Eles fingem não saber que ela foi implantada há muitos anos, desde a década de 90 do século passado, mediante intensa luta do movimento sindical, sendo atualizada em 2010”.

Disse também, que se deve ressaltar que o texto atual da NR 12 já está em vigor há quase quatro anos e, em vários aspectos, incorporou disposições técnicas da ABNT e instruções normativas do MTE.

Os patrões, como sempre, buscam aumentar os seus lucros e levar milhares de trabalhadoras e trabalhadores à morte ou à invalidez.

Por isso, segundo Reginaldo, é preciso uma mobilização mais “radical” das entidades sindicais de trabalhadores contra mais esse “ataque patronal”.