Após tentativa de conciliação no TRT, repressão da PM e intransigência do reitor, greve continua na USP
CSP-Conlutas
A desembargadora Rilma Aparecida Hemetério indeferiu ontem liminar da USP para que considerasse a greve ilegal.
Na tarde de ontem (20), a diretoria do Sintusp esteve presente em uma audiência para o julgamento do processo aberto pelo reitor Zago, que configurava a greve como abusiva e ilegal. A desembargadora Rilma Aparecida Hemetério, que presidiu a audiência de conciliação, indeferiu pedido de liminar da USP para que considerasse a greve ilegal. Declarou que, até o momento, o que é possível definir como ilegal é o corte de salário dos trabalhadores sem julgamento.
Uma nova reunião foi marcada para a próxima quarta-feira (27), novamente na sede do Tribunal Regional do Trabalho-SP.
Repressão e resistência
Na manhã da última quarta-feira (20), estudantes, professores e trabalhadores da USP foram duramente reprimidos pela Tropa de Choque quando realizaram um trancaço geral, com o objetivo de bloquear, temporariamente, todos os portões do campus da universidade. A manifestação se deu em protesto contra o processo de privatização que a USP vem sofrendo e os ataques aos trabalhadores grevistas que tiveram corte de ponto e ainda estarão submetidos ao Programa de Demissão Voluntária, planejado pela reitoria, em plena conformidade com o governo do Estado.
A Tropa de Choque avançou contra um grupo de manifestantes reunidos em ruas próximas ao portão da universidade, e atacaram com gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha trabalhadores, estudantes e a população que passava pelo local a caminho do trabalho.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da USP – Sintusp – não houve negociação e a violência partiu da polícia militar, que tentou dispersar os grevistas para liberar portões e vias.
Os trabalhadores se organizaram e fizeram uma nova assembleia que votou a continuidade da greve, impondo com força a palavra de ordem “Não tem arrego!”.