15M: NAS RUAS E NOS LOCAIS DE TRABALHO PELA REVOGAÇÃO DO NOVO ENSINO MÉDIO

Toda a denúncia que estudantes e trabalhadores da educação fazem – desde 2016 quando foi anunciada como Medida Provisória pelo governo Temer – sobre as consequências do Novo Ensino Médio (NEM) estão sendo provadas, já que a precarização do trabalho e estudo tem se intensificado em todo país. A mudança do Ensino Médio foi fomentada pelos aparelhos privados de hegemonia (Instituto Itaú-Unibanco, Fundação Lemann, etc.), que atuam em diferentes esferas da educação e têm o interesse de abocanhar cada vez mais os recursos públicos e avançar com o projeto de privatização da educação pública.

Com a exclusão das disciplinas científicas, muitos professores perderam aulas, ficaram desempregados ou acabaram saindo de suas disciplinas de formação e ficaram responsáveis pelas criadas no novo currículo, acumulando duas ou mais disciplinas diferentes para conseguir trabalho. Os estudantes enfrentam, ao mesmo tempo, a diminuição das disciplinas comuns e o aumento de disciplinas com conteúdos superficiais, como aulas de RPG e brigadeiro caseiro.

O NEM também abre possibilidade para parte do ensino ser realizado à distância, como acontece com o ensino técnico do Paraná. A partir de um contrato de quase 40 milhões, a UNICESUMAR passou a oferecer aulas gravadas que são passadas em TVs nas salas de aula, em uma tentativa de substituir as aulas presenciais. Além disso, representa o aprofundamento das desigualdades educacionais e impõe o modelo integral numa conjuntura de grande evasão escolar pelos jovens para se inserirem no mundo do trabalho.

Por esses motivos, o ato do dia 15 de março foi chamado pelas entidades estudantis como Dia Nacional pela Revogação do Novo Ensino Médio. Muitos sindicatos do país ainda não se empenharam em construir uma agenda de lutas pela revogação do Novo Ensino Médio, mas a unidade estudante-trabalhador é parte fundamental da luta pela educação pública, de qualidade e popular.

A revogação do NEM não cairá dos céus e o Ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que a revogação não irá acontecer. Isso tudo porque sua relação de subordinação aos aparelhos privatistas da educação já acontecia quando era governador do Ceará. O Ministério da Educação abriu período de consulta pública para “avaliação” da implementação do NEM, porém não queremos avaliações ou ajustes, e sim a sua revogação! É fundamental a organização de estudantes e trabalhadores para construir a mobilização popular contra este retrocesso na educação, para defendermos os interesses da classe trabalhadora sobre os da burguesia.

A construção dos atos do dia 15 de março precisa ser de todas e todos, para ampliar e construir calendário de lutas e mobilizações.

REVOGAÇÃO DO NEM JÁ!

POR UM PROJETO DA ESCOLA POPULAR!